Search
Close this search box.
  • Home
  • Pará
  • Deputados debatem insegurança jurídica no campo e demarcação de TIs

Deputados debatem insegurança jurídica no campo e demarcação de TIs

Uma audiência pública solicitada pelo deputado estadual Torrinho Torres, do MDB, reuniu representantes do governo federal e estadual da área da regularização fundiária e também entidades rurais na tarde desta quarta-feira, 23, no auditório João Batista da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) para tratar de uma situação que vem tirando o sono de pequenos agricultores: a insegurança jurídica vivida por eles a partir do momento que suas terras se tornam áreas de interesse para demarcação de terras indígenas (TIs) por parte da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Enquanto parlamentar que propôs o encontro, Torres fez questão de reforçar que o debate ali não tinha objetivo de questionar os direitos dos povos indígenas, mas sim de tornar mais transparente o processo para que os trabalhadores do campo não sejam prejudicados. Ainda segundo o deputado, são frequentes os boatos e divulgações de listas não oficiais de áreas que estariam sendo estudadas pela Funai, o que tira a tranquilidade dos pequenos agricultores.

“Para garantir um direito não se pode aniquilar outros, não pode virar razão de insegurança jurídica de milhares. Queremks dar respostas básicas à sociedade, não queremos confrontar a Funai, mas sim esclarecimentos. Tem 24,5% de TIs no Pará e isso precisa coexistir com a produção agrícola”, equiparou

Também presente à reunião, o deputado estadual Aveilton Souza (PSD) lembrou que isso não é problema novo, e sim crônico. “Quando glebas públicas federais são colocadas como interesses indígenas por parte da Funai, mas nunca se resolve se vira TI ou não, fica o produtor preso nesse meio tempo esperando. Aí não consegue regularizar o terreno, não consegue pegar empréstimo ou ter vida normal, porque amanhã pode ter processo de desintrusão”, explicou.

Presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Bruno Kono esteve como convidado e parabenizou o parlamento pela iniciativa em discutir o tema. Em sua fala, destacou que é importante tratar o assunto de forma a tirar dúvidas e resolver inseguranças.

Regularização Fundiária e Insegurança Jurídica

“A capacidade de ordenar atores no espaço físico exige conciliação e entendimento. E só funciona com informações qualificadas. É complexo começar um processo de regularização fundiária sem qualquer impedimento, seja pelo [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] Incra ou pela Funai, e ter que parar porque vem ato extra-muros e paralisa o processo por tempo indeterminado. Tem que haver compartilhamento de informações”, detalhou o gestor, lembrando que nos últimos seis anos o Iterpa já concedeu cerca 37 mil títulos de terra, e é um dos estados que mais emitiu títulos coletivos de terra para comunidades tradicionais.

A vice-líder do governo e presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Sustentável da Alepa, deputada Maria do Carmo (PT), mostrou-se sensível ao que é enfrentado pelos agricultores familiares, mas sugeriu que há uma enxurrada de informações falsas divulgadas justamente no intento de causar esse clima de temor.

“Tem gente interpretando de forma equivocada o que a Funai diz, e estar aqui é importante para esclarecer”, enalteceu.

Edson Matos dos Santos Júnior, que é o atual superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no estado do Pará, também participou da audiência. Ele lembrou que a pasta, ao ser recriada em 2023, pois havia sido extinta na gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022), enfrentou diversas dificuldades para atuar, inclusive também por conta de “fake news”.

“Esse debate também passa, por exemplo, para o fato de que, há poucos dias, três famílias perderam suas casas em incêndios sob investigação que ocorreram na TI do Alto Rio Guamá, ou seja, em área de desintrusão. A gente está insistindo muito nas emissões de Cadastro de Agricultura Familiar, os CAFs, já emitimos mais de 70 mil com apoio da Emater, das prefeituras, porque essa é uma política que dá direito ao acesso a políticas do governo federal”, complementou.

Debate sobre a Atuação da Funai

O deputado federal Airton Faleiro, do PT, também concordou com a urgência de uma audiência pública para tratar do assunto, principalmente para tentar derrubar a onda de inverdades sobre a atuação da Funai nesse cenário.

“A Fundação precisa reforçar o que é fato e tomar atitudes para tirar esse terror, essa instabilidade juridica que se criou relacionado ao estudo de requerimentos de estudos de pretensão para Terras Indígenas – é sobre isso que estamos tratando aqui. Quando a Funai requer uma gleba, ela não simplesmente vira área indígena, mas sim fica bloqueada até o fim do processo. Eu sugiro até que a Funai redesenhe os limites de áreas pretendidas porque assim não bloqueia para regularização fundiária, por exemplo, a gleba toda”, sugeriu.

Por fim, o líder do governo, deputado estadual Iran Lima (MDB) relacionou segurança juridica ao desenvolvimento do estado e impedimento de ilegalidade da propriedade ou dúvida sobre isso – principal é causa dos grandes conflitos de terra.

“Onde não tem CPF ou CNPJ vinculado é, preciso buscar resolver sim, e por isso a Funai, o Incra, o MDA, os órgaos federais precisam definir quais são essas áreas, lembrando que as TIs hoje em dia já exigem uma estrutura imensa do governo federal para cuidar, imagina se aumenta”, questionou.

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Mariana Rios revela volta à estaca zero em processo para engravidar: “Tudo jogado fora”

Após surgir aos prantos, a apresentadora explicou que nenhum dos embriões se desenvolveu com sucesso…

Onça é capturada no local onde caseiro foi atacado e morto no Pantanal

Felino foi encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande.Divulgação /…