Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (23), o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que os chefes das pastas fossem intransigentes no combate contra fraudes.
A declaração acontece após o pedido de demissão do ex-presidente do Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, por suspeita de fraude durante sua gestão na autarquia.
“Eu assumi a CGU junto ao presidente Lula em 2023, e o presidente Lula deu uma determinação muito clara para mim como para outros ministros que atuam nessa área de controle para defesa da integridade do Estado brasileiro para nós sermos intransigentes no combate à corrupção e no combate à fraude”, disse Carvalho durante o CNN 360º.
Em uma investigação conjunta com a CGU, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. As entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024, pelos cálculos dos investigadores.
Como apurou a CNN, a Polícia Federal e a CGU avisaram Lula sobre afastamento de presidente do INSS em um encontro no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
A demissão de Stefanutto teria sido determinada incialmente por Lula, que a comunicou a auxiliares. Além do presidente do INSS, outros cinco servidores do órgão foram afastados por determinação judicial.
Ainda em entrevista à CNN, Vinicius de Carvalho relatou que a maioria das associações que foram alvo da operação não enviaram documentos pedidos pela Controladoria e que começaram a praticar os descontos indevidos entre 2017 e 2022. A CGU entrevistou 1.300 aposentados vinculados a 29 associações que não tinham conhecimento dos descontos.
