Onça está sendo mantida em um ambiente com grades. Ontem, o CRAS precisou ser isolado para a chegada da onça e a entrada de pessoas não autorizadas foi proibida no local para garantir o manejo adequado do animal e a proteção da população, de acordo com a Polícia Militar Ambiental.
Ainda não foi informado qual será seu destino após os procedimentos médicos. Tiago Leite, coordenador técnico do Instituto Profauna e biólogo especialista em Ecologia e Monitoramento Ambiental, diz que, nos bastidores, se estuda para onde enviá-lo, caso confirmada a relação no ataque de Jorge. Um das possibilidades é que seja translocado para outra área silvestre, “mais preservada e isolada da presença humana, para evitar futuros incidentes como esse”.
Caso é ‘raríssimo’
Situação de magreza do bicho pode ter contribuído para o ataque. ”Um animal magro pode já ser mais idoso ou está passando por algum tipo de problema e, portanto, pode estar tendo dificuldade de capturar suas presas habituais no ambiente natural. Isso pode ter levado ele a buscar fontes de recurso mais fácil, como a presa humana”, explicou Tiago Leite.
O biólogo falou ainda que ataques predatórios como esses são muito raros. Ele esclarece que, em áreas naturais sujeitas a impactos ambientes, há uma tendência de que animais passem a buscar tipos de presas não habituais, como animais domésticos e, raramente, humanos.
Casos do tipo geram desinformação e “pavor”, colocando animais em risco, conclui especialista. “Infelizmente, esse tipo de evento acaba ganhando grande repercussão por ser um evento traumático que causa um certo terror, e isso acaba gerando muita especulação e uma série de problemas”, diz. Ele alerta ainda que, após eventos como esses, a população pode buscar “fazer justiça com as próprias mãos”.