A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Cessatio, com o objetivo de desarticular grupos criminosos suspeitos de fraudar o Benefício Assistencial à Pessoa Idosa (BPC-Loas), destinado a venezuelanos em Roraima.
Foram cumpridos catorze mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, atingindo oito investigados, incluindo sete escritórios de advocacia.
Em setembro de 2024, o Radar mostrou que a PF já investigava um esquema de desvios do BPC para venezuelanos que obtinham o benefício em Roraima, mas, logo depois, voltavam a morar na Venezuela.
A operação desta quinta têm origem no desmembramento da apuração que levou à Operação Ataktos, deflagrada no ano passado, e de denúncias sobre beneficiários que não residiriam no Brasil. Foi identificada a atuação de diversos grupos criminosos, organizados e independentes, que conseguiam o benefício de forma fraudulenta e cobravam uma parcela do valor como contrapartida.
Agenciadores cooptavam idosos venezuelanos ainda na Venezuela, falsificavam documentos e cadastros para garantir o acesso ao BPC-Loas. Depois disso, muitos retornavam ao país de origem, mas continuavam recebendo o benefício irregularmente.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados, totalizando cerca de 16 milhões de reais, e aplicou medidas cautelares, como a suspensão de atividades econômicas.
Entre os investigados está um delegado da Polícia Civil aposentado, suspeito de garantir centenas de benefícios irregulares.
Esta é a sexta operação da PF em Roraima para combater fraudes na concessão do BPC. Os investigados poderão responder por estelionato majorado, associação criminosa e outros crimes que surgirem no curso das apurações.